1 OUTRO OLHAR

Seja bem vindo ao meu espaço democrático onde não há censura, aqui não quero criar ideologias e nem doutrinas de vida e sim, expressar a minha opinião sobre aquilo que me causa inquietação. Pode ser que o meu OUTRO OLHAR não esteja na mesma direção do seu, isso não me incomoda, pelo contrário prova que cada um é pautado nas suas experiências e têm sua forma de pensar e analisar.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

O MASSACRE CHAMADO ENEM


Apesar do Exame Nacional do Ensino Médio  ter mudado o  perfil, agora mais interpretativo, mesmo assim, o massacre continua. E não há raciocínio, inteligência e conhecimento que consiga confrontar as 180 questões e mais a redação com êxito. Quem faz a prova só por que precisa deste registro para outras finalidades como FIES, SISUTEC, PRONATEC etc.  não sente tanto na pele o massacre. Agora quem se dedica dia e noite, horas e horas,  o ano todo para conseguir uma vaga nas universidades públicas ou bolsa integral paga pelo governo,  a sensação é de frustração completa por não conseguir responder todas as questões em tempo hábil.


No segundo dia de prova o candidato mais esperto começa logo pela redação. Construir um texto dissertativo para convencer a banca de doutores que vai avaliar requer tempo, atenção, raciocínio e tranqüilidade. Mas, o tempo está ali no quadro, correndo e, as 90 questões ainda estão intactas para serem respondidas.  
A prova de redação ainda é decisiva em um  processo como este. Depois da redação o aluno se confronta com os “bifes” de perguntas das questões da prova de Códigos de Linguagem associadas a textos longos e muitas das vezes desnecessários e, para terminar o massacre tem a prova de matemática com predominância de cálculo de área de todos os objetos, cálculo de tangente, perguntas sobre lucro e porcentagem etc. A maioria das questões pedia que o aluno soubesse lidar com conversão de unidades, de minutos para segundos, de centímetros para metros, entre outras.


 Haja neurônios, controle emocional e tempo para terminar de ler uma questão e responder no caso das questões de linguagem os textos precisavam ser lidos duas ou três vezes por que o cérebro já saturado não conseguia mais captar a informação. A saída de muitos candidatos foi deixar algumas questões em branco e chutar outras.

Os candidatos que optaram em chutar as questões terão outro problema que se chama TRI que é uma regra cruel. Teoria de Resposta ao Item (TRI), é o método escolhido pelo governo para avaliar o resultado do Enem. Trata-se de um sistema capaz de analisar as questões que o estudante respondeu corretamente e dar um peso específico para cada acerto.  Na TRI a regra é clara: se o aluno chutou a resposta, a nota diminui. Como eles sabem se o aluno acertou sem querer? Através de estatísticas. Se ele errou muitas perguntas fáceis, a chance de ter acertado uma difícil tentando adivinhar a alternativa certa é maior. Logo, pode ter chutado.


O nível das provas realmente melhorou em relação às anteriores. A prova teve um caráter interdisciplinar. Nas questões de história e geografia, por exemplo, havia perguntas baseadas em considerações que vêm da sociologia e da filosofia e isto exigia uma reflexão crítica, uma capacidade de leitura e interpretação dos estudantes, mas o número extenso de questões não dava esta possibilidade.

Não se trata aqui de uma apologia a facilidade das provas. Os candidatos realmente precisam ser avaliados afinal são alguns degraus que os separam da academia. O que precisa ser reavaliado é como as questões são colocadas pra não deixar o candidato cansado e exausto antes do fim das provas.

 Em ambos os dias, após a resolução da sexagésima questão, a dor de cabeça já é certa, a paciência já morreu, o corpo começa a reclamar do desconforto. O desespero começa a desequilibrar as emoções e não há inteligência que resista a toda esta pressão. Penso que nem Albert Einstein com toda a sua loucura sobreviveria a este massacre da mente.


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