Depois da divulgação de ontem de
que a prefeitura de São Luís não faria o carnaval de passarela o assunto tomou
conta da mídia, da opinião pública e das redes sociais. São opiniões diversas
de apoio e de repúdio à decisão da Fundação Cultural do Município como o apoio
do prefeito.
Mas, a bem da verdade foram as
agremiações das escolas de sambas e blocos carnavalescos que cancelaram o
desfile na passarela em uma atitude de ganância e prepotência quando o secretário de Cultura Francisco
Gonçalves anunciou o repasse de R$ 2
milhões para a construção da passarela e para cobrir a logística do evento.
Deixando de fora do orçamento os fabulosos cachês para os donos de escolas e
blocos.
Com a situação de descaso do que
a prefeitura iria oferece, o prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Junior,
determinou que 50% do valor destinado ao
carnaval de 2013 fosse transferidos para a Secretária Municipal de Saúde
(SEMUS), o que corresponde a uma injeção de R$ 1 milhão para a pasta que na
semana passada virou noticia nacional ao fazer campanha no facebook pedindo
alimentos, na mesma semana em que o secretário Municipal de Cultura anunciava o
repasse. Estabelecendo um verdadeiro paroxo de situações. De um lado o Socorrão
pedindo socorro e do outro os foliões
recebiam a oferta para alimentar a alegria de apenas quatro dias.
Brasa Santana da Associação Maranhense dos
Blocos Carnavalesco sem um pingo de noção, senso critico e sentimento solidário
a situação vigente desta cidade, mostrou que vive só para diversão quando disse
que o prefeito não pode dar prioridade só para a Saúde e a Educação. Dois
grandes pilares de regimento social. Como um cidadão que ama a cultura pode
dizer uma aberração dessas quando o retrato falado da cidade é de prioridade,
urgência e emergência? Em que a gestão passada deixou a cidade quase que falida?
Sem saúde, sem ajuste no transporte e uma educação fora dos padrões necessários?
A atitude do prefeito não foi baseada na sua
religiosidade, mas, na resposta das agremiações que estão acostumados com a
festança dos cachês. A prefeitura garantiu: recursos que seriam utilizados para
custeio dos gastos com palco, som, iluminação, banheiros químicos e atrações artísticas
de bailes e eventos comunitários. O valor, entretanto, não era suficiente para
o pagamento de cachê solicitado pela maioria das agremiações carnavalescas e
por isso a União das Escolas de Samba do Estado do Maranhão (UESMA), a
Associação Maranhense de Blocos Carnavalescos (AMBC) e a Academia de Blocos
Tradicionais do Estado do Maranhão (ABTEMA)
decidiram não participar do desfile na Passarela do Samba. E o prefeito
é culpado?
Para se ter uma ideia só de quentinhas seriam
gastos aproximadamente R$ 350 mil por dia, enquanto isto a saúde do município dependia
da boa vontade da população para manter e sustentar os seus doentes. O prefeito
errou em repassar R$ 1 milhão para a pasta da saúde?
Dinheiro mesmo pouco, as agremiações teriam,
assim como o cachê, não iriam entrar na passarela de graça e por que resolveram
não aceitar o repasse? O secretário de Cultura foi autentico ao dizer: se as
escolas e blocos não vão desfilar não há motivo para construir passarela, seria
um desperdício de dinheiro público.
Muito se fala em paixão pela cultura maranhense,
amor, afeto e dedicação. Não seria hora de colocar isto em prática? Entrar na
passarela por que a cultura do carnaval não pode morrer? Ou será que a cultura pregada de fato não
existe? E o que prevalece é a cultura dos
bens e consumos que hoje se usa em diversas manifestações que vão perdendo a
sua característica para agradar o capitalismo.
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