1 OUTRO OLHAR

Seja bem vindo ao meu espaço democrático onde não há censura, aqui não quero criar ideologias e nem doutrinas de vida e sim, expressar a minha opinião sobre aquilo que me causa inquietação. Pode ser que o meu OUTRO OLHAR não esteja na mesma direção do seu, isso não me incomoda, pelo contrário prova que cada um é pautado nas suas experiências e têm sua forma de pensar e analisar.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A TV QUE SE VER 2: O BOMBARDEIO SEXUAL DA TV NO FUTURO DO BRASIL


Com os perigos que moram dentro de casa no quarto, na sala, no celular, na Lan house enfim na internet os pais precisam ser amigos dos seus filhos e não somente pais tradicionais para evitar situações complicadas e caminhos sem voltas é, importante que pais e mães se envolvam na vida dos filhos. A identidade virtual tem importância em 50% para os adolescentes, a outra metade é identidade social. Hoje os pais pouco interferem na vida social e escolar dos filhos. Mas é importante que olhem as fotos antes que as crianças postem e que ensinem que o que não é correto fazer no mundo real, também não o é no mundo virtual.


E neste campo de batalha com os pequenos pais “Davi” temos do outro lado a Televisão que vira um Golias com tremenda falta de responsabilidade social principalmente das emissoras comerciais no que se refere a dois aspectos, que de fato são interligados:
1º) a competição selvagem por índices de audiência e retorno financeiro, sem que o governo faça cumprir leis existentes em vários níveis, até mesmo na Constituição;
2º) a falta de compromisso com o bem estar psicológico de nossas crianças e adolescentes (o que significa toda a programação diurna e até às 22 horas, horário em que, na nossa cultura, os mais jovens estão expostos, desacompanhados, à influência da televisão.).

Sabemos que o impulso sexual humano caracteriza-se por ser moldado culturalmente, o que explica as várias formas que ele apresenta. São os cuidados maternos que despertarão o bebê para a vida erótica, quando este cuidado é terceirizado pela TV outro mecanismo insensível a criança vai elaborando aos poucos os estímulos que constituirão seu mundo erótico. O que está fazendo a nossa televisão? Ela inunda massivamente a criança com uma sexualidade adulta e muitas vezes pervertida. A criança possui uma sexualidade com características diferentes da sexualidade adulta, porque ela ainda não organizou todos aqueles impulsos e impressões eróticas dispersas, num todo coerente. Só aos poucos ela vai organizar seu erotismo na direção da genitalidade, isto é, da relação sexual propriamente dita. O que são atitudes perversas? São idéias de que posso usar o outro como eu quiser, transformando-o num objeto usável e descartável do meu gozo momentâneo, fora do contexto de uma relação humana com ele. A sexualidade infantil tem muita dessas características perversas, pois a criança ainda não consegue ver o outro como um ser separado dela.

Aos poucos, ela terá que aprender que o outro não existe para ser usado, mas é alguém com quem ela deve se relacionar como um ser humano, diferente dela. Uma má interpretação da psicologia e da psicanálise parece ter levado as pessoas a acreditarem que não se deve pôr limites nas crianças, para não traumatizá-las, e então elas perderem sua criatividade. Essa idéia é uma falsa interpretação da psicanálise e que é muito difundida, infelizmente. Ela está na raiz de muitos dissabores que vivemos na nossa cultura atualmente: na aflição dos professores que não sabem mais o que fazer para conter a falta de limites das crianças nas escolas, na sociedade como um todo que não está conseguindo pôr limites na escalada de violência, etc.

Não faz portanto o menor sentido que nossa televisão tenha o direito de invadir massivamente a criança com estímulos sexuais face aos quais ela ainda não tem condições próprias de se defender. O que está acontecendo em nosso meio equivale a alimentar bebê com feijoada e vatapá: pratos genuinamente brasileiros, muito apreciados, mas impróprios para o consumo infantil. A preocupação em preservar estilos próprios, brasileiros, de viver a sensualidade, não deve nos confundir, levando-nos a compactuar com essa ausência de regras sobre a veiculação da sexualidade pela mídia. Sabemos que a sexualidade se constrói em cima de regras, as regras familiares, e que sem regra e, portanto, interdições, não é possível estruturar uma sexualidade propriamente humana. Nossas crianças e adolescentes não estão tendo o direito de construir sua sexualidade aos poucos, partindo das experiências vividas no seu núcleo familiar protegido, e, daí sim, adquirir seus próprios valores sexuais com os quais irá fazer suas escolhas amorosas futuras. Em vez disso, ela é bombardeada com cenas sexuais alheias à sua realidade imediata, as quais ela não tem condições de integrar num conjunto coerente. Esse bombardeio se dá por 3 a 4 horas, diariamente.



Fontes:
jornal Universal nº 986
http://www.defatima.com.br/site/conteudo/novidades/artigo%20sexualidade.htm

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