1 OUTRO OLHAR

Seja bem vindo ao meu espaço democrático onde não há censura, aqui não quero criar ideologias e nem doutrinas de vida e sim, expressar a minha opinião sobre aquilo que me causa inquietação. Pode ser que o meu OUTRO OLHAR não esteja na mesma direção do seu, isso não me incomoda, pelo contrário prova que cada um é pautado nas suas experiências e têm sua forma de pensar e analisar.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

GUARNICÊ, ELITIZADO?


A mudança em qualquer segmento ou estância causa certo estranhamento até que percebamos as vantagens inerentes a esta. Agora para ser plena é necessário ter um propósito bem claro. Ainda mais quando mexe com espaço, público e classe. Começou ontem o 33º Festival de Cinema Guarnicê promovido pela Universidade Federal do Maranhão. É uma das maiores e mais antigas amostras de audiovisual do Brasil. Este ano o festival trás umas alterações que podem mudar público e classe. Ao longo dos anos o evento sempre aconteceu em um cenário que respira cultura e gera uma convergência social fabulosa no tradicional Centro Histórico, Praia Grande.

Preocupado em colocar à Amostra em lugar de destaque o coordenador geral Alberto Dantas, migra para um espaço mais elitizado (Centro de Convenções Neiva Moreira no Cohafuma) e de acesso difícil para o publico que sempre marcou presença e fez o nome do evento, os secundaristas e universitários. Depois de observar outros eventos do gênero pelo Brasil afora o coordenador Dantas acredita que este é o momento para o Guarnicê fazer jus a sua grandeza, partindo da percepção que o festival não pode continuar na mesma dimensão. Segundo ele, um evento deste porte deve ter uma excelente estrutura que possa oferecer o máximo de conforto e comodidade ao público, cineasta e colaboradores.

O Guarnicê corre o risco de ter um esvaziamento histórico ao longo de três décadas e alguns entre outros fatores primordiais levam a isto como: nos últimos anos o grande diferencial do Guarnicê de Cinemas foi o contexto da cultura popular, ou seja, o festival acontece junto com a maior festa popular do estado o São João, perder esta característica na mudança de espaço representa um perigo para o sucesso do evento e outro fato é a concentração de público em diversos pontos da cidade durante este período junino e isto compromete o Guarnicê no Centro de Convenções uma vez que o Centro Histórico é passagem para diversas localidades da grande São Luís ali tem o Terminal de Integração que facilita a ida e vinda deste público que sempre fez o Guarnicê.

As Alterações sugeridas pela organização na pessoa do professor Dantas são interessantes mais precisavam ser ponderadas, estudadas não isoladamente mais junto ao público antes de executá-las. A não ser que a nova roupagem do Guarnicê de Cinemas tenha a intenção de classificar o público, elitizando-o, isto parece ficar bem claro principalmente quando não é levada em conta a locomoção das pessoas que sempre prestigiaram a Amostra como repito os secundaristas e universitários assim como o público em geral que freqüenta a Praia Grande e a ambientação em si já propõe um envolvimento com as artes cênicas em contra partida o Cohafuma (Centro de Convenções) bairro da elite não possibilidade esta atmosfera. Mudar é necessário, mas, toda mudança deseja o melhor e isto é mais coerente para seu êxito e cristalização.

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