1 OUTRO OLHAR

Seja bem vindo ao meu espaço democrático onde não há censura, aqui não quero criar ideologias e nem doutrinas de vida e sim, expressar a minha opinião sobre aquilo que me causa inquietação. Pode ser que o meu OUTRO OLHAR não esteja na mesma direção do seu, isso não me incomoda, pelo contrário prova que cada um é pautado nas suas experiências e têm sua forma de pensar e analisar.

terça-feira, 8 de junho de 2010

ANARQUIA AUDIOVISUAL


O cinema já passou por diversas transformações desde a sua criação. Estabelecer marcos históricos é sempre perigoso e arbitrário, particularmente, no campo das artes. Inúmeros fatores concorrem para o estabelecimento de determinada técnica, seu emprego, práticas associadas e impacto numa ordem cultural. Aqui serão apresentados alguns, no intuito de melhor conhecer esta complexa manifestação estética a qual muitos chamam de a 7ª Arte. De fato, a data de 28 de Dezembro de 1895, é especial no que refere ao cinema, e sua história. Neste dia, no Salão Grand Café, em Paris, os Irmãos Lumíère fizeram uma apresentação pública dos produtos de seu invento ao qual chamaram Cinematógrafo. Quando Arlindo Machado diz que estamos vivendo uma anarquia do audivisual ele analisa que o cinema depois de ser Teatro de Sombra, a Caverna de Platão depois se tornou cinematografia (no sentido que deu Lumière), a setima arte deverá sofre agora um novo corte em sua história para se tornar cinema eletrônico. O cinema vive um momento de ruptura com as formas e as práticas que já fora de moda e isso esta estabelecido pelo abuso da repetição e busca soluções inovadoras para reafirmar sua modernidade.


Hoje a eletrôncia começa a revela uma grande desordem anarquica no interior da cinematografica, na sua maneira de olhar para o mundo , de contar história ou de pervetê-la , de combinar sons e imagens, de produzir e distribuir materiais audiovisuais, de assistir aos filmes. Ao que tudo indica, o universo do cinema deverá ficar marcado, durante ainda algum tempo, por uma total heterogeneidade, por uma impureza de materiais e por uma confusão de procedimentos até que surja uma nova forma de cinema, no sentido expandido de “arte em movimento”. Este fenômeno ele não é novo. De forma bem restrita ele aparece no cinema experimental norte-americano, quando nos anos 60 começa a propagar um certo tipo de produção que segundo Mekas “já não pode ser chamada de cinematográfica” por que falta algo: a luz, o movimento, a tela, tudo está ali mas o que se vê não pode ser descrito ou experimentado do mesmo modo como se descreve o cinema de Griffith que embora ele não tenha inventado novas técnicas para a gramática do cinema, ele parece ter sido o primeiro a entender como essas técnicas poderiam ser usadas para criar uma linguagem expressiva, como o posicionamento de câmeras e a iluminação aumentam o clima e a tensão.


Ao fazer Intolerância, o diretor abriu novas possibilidades para a mídia, criando uma forma que deve mais à música do que à narrativa tradicional. A incorporação da eletrônica pelo cinema vem se dando de forma lenta, sobretudo a apartir dos anos 70, em geral para dar resposta a determinados problemas insuperáveis dentro da especificidade da cinematografia stricto sensus (sentido exato). No universo do cinema experimental a passagem é mais natural até porque a estetica do vídeo não faz senão dar consequencia a um conjunto de atitudes conceituais, técnicas e estéticas que remontam às experiencias não-narrativas e não figurativas do cinema de René Clair. O primeiro filme captado e processado em vídeo para posterior transferencia para película fotoquimica foi um produto tipico americano: 200 motels (1971) de Frank Zappa. Já a aproximação com a eletrônica por parte de cineastas que fazem um cinema narrativo na linguagem griffithiana é mais dolorosa por que implica toda uma transformação no modo de pensar e praticar o cinema.

Devemos considerar o cinema não como um modo de expressão arcaico, tradicional paralisado no formato passado por Lumière, Griffith e seus contemporaneos, mas como um sistma dinâmico que reage às cotas de sua história e se tranforma em conformidade com os novos desafios que lhe lança a sociedade. O cinema vive o maior momento de vitalidade de sua história. Com o cinema eletronico a pós-produção deu uma outro retrato a industria alterando grande parte da produção: maquetes, cenários de fundo, indumentárias especial, maquiagem e vários outros expedientes técnicos que podem ser gerados pelo computador para posterior inserção no filme como: foco, profunidade de campo, cor, iluminação, enquadramento e perpectiva que podem ser igualmente alterados depois do registro.

Nenhum comentário: