1 OUTRO OLHAR

Seja bem vindo ao meu espaço democrático onde não há censura, aqui não quero criar ideologias e nem doutrinas de vida e sim, expressar a minha opinião sobre aquilo que me causa inquietação. Pode ser que o meu OUTRO OLHAR não esteja na mesma direção do seu, isso não me incomoda, pelo contrário prova que cada um é pautado nas suas experiências e têm sua forma de pensar e analisar.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O REAL THRILLER DO REI DO POP


Quando Michael Jackson morreu houve um derrame de noticias de todos os estilos e formas a respeito do astro pop. Foram semanas e mais semanas e até hoje ainda se fala desta tragédia. Agora o que ninguém falou e não vão falar é sobre o verdadeiro assassino de Jackson. Que caminhos tortuosos ele andou e o que o levou a morrer de forma lenta e progressiva ?

Michael Jackson viveu em sua subjetividade a essência do clipe Thriller a todo instante patrocinada pelo seu pai/assassino em uma carreira fenomenal. Joe Jackson era o homem que poderia dentro da sua responsabilidade paterna dar todo suporte, base, alicerce e estrutura para que aquela criança tivesse um crescimento sadio, consciente do seu papel social e de quem era, mas isto lhe foi negado. A psicologia explica que é da fase uterina até aos sete ou oito anos que os pais podem interferir na personalidade e caráter da criança, moldando- o em diversos aspectos. Michael Jackson teve uma infância traumatizante devido às cobranças excessivas e maltratos físicos e psíquicos de seu pai. Depois de adulto, em várias ocasiões, Michael narrou casos de agressão e chegou a dizer que tinha náuseas só de lembrar-se do pai. Para muitos, a relação de Joe Jackson com o filho foi responsável por vários problemas psicológicos que Michael teve pelo resto de sua vida.

O clipe Thriller, sucesso indiscutível é o retrato dessa saga. Em diversos trechos é falada no estilo musical a história do Rei do Pop como: “você tenta gritar, mas o terror toma o som antes de você fazê-lo” . Os gritos inocentes escondido na alma de Jackson eram calados pelos dólares, shows, sucessos, cobiças etc. “ Você está lutando por sua vida, numa noite assassina de terror, você escuta a porta bater, e percebe que não há para onde correr” o pai de Jackson tinha poder absoluto sobre aquela criança e o sucesso dos Jackson 5 era mais importante que as faculdades mentais do seu caçula. Para Joe não existia alma, sentimentos, fantasia de uma criança que vivia como um adulto em corpo de menino.

Depois de atingir a maioridade Michael Jackson de alguma forma tentou recuperar o tempo perdido e lutou pra viver sua história. “Fechava os olhos e esperava que fosse tudo imaginação”, todavia era real. O astro se tornou prisioneiro do sucesso e foi vitima do sistema que o produziu. Essa criança/adulta estava em constante fuga , dos fãs, dos fantasmas e perseguidores, de si, da realidade vigente e de seus medos mortais. O menino sobrenatural se destacou com a voz encantadora e sem direito de escolha e depois por tabela deixou-se enveredar na teia da indústria cultural e pela tentação do híper-individualismo, que o levou a desconstruir e construir o seu próprio corpo, buscando ser o que não era, perdendo o rumo que acabou corroído por excentricidades e patologias. É claro que sua tragédia existencial assumiu uma proporção tão grande, grave, em tantos aspectos, que para ser (e se manter) o número um (o sucesso pelo sucesso, tudo pelo pódio), Michael Jackson despojou a sua própria alma e o seu corpo.

É impressionante a desfiguração sofrida, como anulou sua identidade, não conseguindo mais controle sobre o próprio rosto, em que tudo ia ficando artificial, como um homem-bolha, apartado de todos. Atacado pela síndrome de Peter Pan recusou-se a crescer, a amadurecer, a envelhecer, preferindo se instalar na “terra do nunca”, cujo infantilismo e exotismo o levaram a transgredir mais ainda sem limite até quando a morte o encontrou encerrando uma história recheada de traumas, angustias, fugas e tentativsa de ser feliz a qualquer custo.

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