1 OUTRO OLHAR

Seja bem vindo ao meu espaço democrático onde não há censura, aqui não quero criar ideologias e nem doutrinas de vida e sim, expressar a minha opinião sobre aquilo que me causa inquietação. Pode ser que o meu OUTRO OLHAR não esteja na mesma direção do seu, isso não me incomoda, pelo contrário prova que cada um é pautado nas suas experiências e têm sua forma de pensar e analisar.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

TEMER: UM GOVERNO SEM NEGROS E SEM MULHERES.


Em um país onde a luta contra a discriminação de  negros e mulheres se  intensificou nas últimas três décadas o novo governo apresenta  um retrocesso.  Michel Temer é o primeiro Chefe de Estado desde Ernesto Geisel, que governou entre 1974 e 1979, a ter um Governo sem mulheres. Esta realidade acontece num país com mais de 50 por cento de negros e de mulheres.

Desde que a primeira mulher assumiu o comando de uma pasta do primeiro escalão, a ministra da Educação Esther de Figueiredo Ferraz, do governo de João Figueiredo (1979-1985), todos os presidentes sempre tiveram colaboração feminina em algum momento. Sarney contou com apenas uma ministra; Collor e Itamar, duas, cada um; já Fernando Henrique Cardoso, ao longo de seus dois mandatos, teve quatro ministras; Lula, também em oito anos, reuniu dez mulheres na equipe. Já Dilma Rousseff, quando assumiu seu primeiro mandato, empossou outras dez mulheres. Sem contar ministras interinas, 14 mulheres ocuparam os gabinetes da administração de Dilma.

Michel chamou apenas Ellen Gracie, ex-ministra do Supremo Tribunal Federal, para assumir a Controladoria-Geral da União, mas ela recusou o convite. E ainda chegou a negociar as participações das deputadas Mara Gabrilli e Renata Abreu, ambas para a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, mas sem sucesso, como não obteve sucesso, o universo de mulheres inteligentes, ousadas e determinadas que a nossa politica têm acabou na visão do presidente interino. Isso representa uma miopia em pais que têm na população brasileira um número expressivo de mulheres que poderiam ocupar ministérios em todas as áreas.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha,  tentou justificar a ausência de mulheres dizendo que o ministério do presidente interino não tem mulheres em sua composição porque os partidos não as indicaram. E os negros qual é a desculpa? Não existe nesse Brasil  negros capacitados e até mesmo aliados partidários para está no primeiro escalão? Justamente num pais onde mais de 50% da população é negra?

Michel, politico, advogado, professor universitário e escritor brasileiro e atual presidente interino. Foi presidente da Câmara dos Deputados, secretário da Segurança Pública  e Procurador-Geral do Estado de São Paulo. Com tantas atribuições e participando da história democrática do pais,  não compreendeu que a presença de negros e mulheres ao longo dos últimos 30 anos, foi um processo de conquista da sociedade. Não foi um partido que construiu esse processo, foi uma luta histórica das mulheres e dos negros por seus direitos.


Esse novo cenário deixa um duvida: nesse governo haverá de fato à continuidade das políticas afirmativas e de inclusão que tivemos nos últimos anos?

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