1 OUTRO OLHAR

Seja bem vindo ao meu espaço democrático onde não há censura, aqui não quero criar ideologias e nem doutrinas de vida e sim, expressar a minha opinião sobre aquilo que me causa inquietação. Pode ser que o meu OUTRO OLHAR não esteja na mesma direção do seu, isso não me incomoda, pelo contrário prova que cada um é pautado nas suas experiências e têm sua forma de pensar e analisar.

terça-feira, 19 de julho de 2011

TOCAR CURA AS EMOÇÕES.


O ser humano pode passar a vida toda cego, surdo e completamente desprovido dos sentidos do olfato e do paladar, mas não sobrevive sem as funções desempenhadas pela pele. Apesar de tamanha importância, o toque não é bem visto. Na sociedade contemporânea, o contato físico é tão inibido quanto à expressão do amor. No entanto, mais do que uma necessidade biológica, o toque é também uma forma de comunicação capaz de transmitir, num simples gesto, muito mais do que cinco minutos de um discurso bem elaborado. Tocar simboliza nossa relação com o mundo, com a própria vida e, embora seja um ato básico, é necessário à saúde física e emocional. O contato físico é, ao mesmo tempo, significativo e poderoso, já que expõe emoções, mexe com sentimentos. É por isso que ele é tão assustador: revela muito de nós, atinge-nos profundamente. Revela, inclusive, nosso lado animal. A violência pode ser minimizada.

A pesquisadora americana Tiffany Field diz ter uma simples receita para diminuir a criminalidade em Niw York, pelo menos nos Estados Unidos e, não se trata de mais um programa de desarmamento da população, nem de uma ação policial de tolerância zero. Para ela, a violência na sociedade diminuiria se as pessoas simplesmente se tocassem mais. A importância do toque é fundamental no crescimento, desenvolvimento, comunicação e aprendizado do ser humano, o toque também é essencial para o conforto e auto-estima. A falta do toque gera a violência. É em família com pais desatenciosos ou violentos, sem afetos que a delinqüência se manifesta com mais freqüência e mais cedo. Até mesmo o crescimento pode ser retardado pela falta de contato entre pais e filhos. A nossa sociedade estar cada vez mais distante do seu semelhante. Isto é resultado do individualismo e egocentrismo que tem dificultado o convívio social, tais aspectos refletem na sensibilidade humana. Um dos reflexos mais visível é a ausência do toque que causa violência, depressão e até mesmos problemas patológicos. Vivemos culturalmente um novo padrão de vida que implica em relacionamentos artificiais, virtuais e superficiais que é influenciado pela televisão, internet, pela mídia e pela exclusão social. Estabelecendo uma cultura sem afeto. Vivemos uma época de relações curtas, frias e contatos evitados, isso vem sendo construído de forma lenta e progressiva.

O poder do toque é transformador, um divisor de águas para quem se permite acontecer. Fato impressionante, porém, é o endurecimento que as pessoas sofrem com a exclusão desse afeto através da vida, o qual torna sua pele quase insensível aos estímulos físicos. Primeiro por causa das restrições, das proibições, das limitações, dos “nãos” e das manipulações através do medo, da vergonha e da culpa. Isso causa um enorme prejuízo emocional à pessoa, porque a necessidade de contato físico, essencialmente na infância, permanece por toda a vida e faz o ser humano sentir-se vivo. E o primeiro ambiente onde as pessoas podem aprender a tocar-se é a família. Lamentavelmente é ai que eles aprendem a não tocar nem ser tocadas por motivos diversos. Os indivíduos anseiem sempre por contato de qualquer tipo, visual, auditivo ou tátil para se sentirem reconhecidos como pessoas. Desses três tipos, o mais intenso é sem duvida é o contato pela pele, seja por um aperto de mão, uma carícia suave ou por um abraço; quando o individuo está fechado para esse tipo de estimulo, um contato agressivo ainda é menos prejudicial do que nada, pelo menos ele está sendo reconhecido.

A família é o berço de tudo é nela que são lançados os alicerces sociais para o convívio fora dela, é nos seus laços que estão às bases fundamentais para um relacionamento sadio. Tem-se como certo, hoje que o contato físico é essencial para que os filhos tenham desenvolvimento físico, neurológico e emocional normal. Aquele princípio de não segurar no colo para não deixar a criança manhosa, já foi provado altamente maléfico. Quanto mais contato a criança tiver, quanto mais prontamente for atendida em suas necessidades de aconchego e carinho mais segura ela será e mais se desenvolverá somática e neurologicamente.

Segundo o site lagoinha.com o toque físico é uma das cinco linguagens de amor. O verbo tocar passa a expressar a sensibilidade dos sentimentos humanos. O toque físico não é apenas agradável, ele é necessário. O toque é usado para aliviar a dor, a depressão e a ansiedade. Vários experimentos demonstram que o toque pode fazer-nos sentir melhores com nós mesmos e com o ambiente à nossa volta, provoca mudanças fisiológicas mensuráveis naquele que toca e é tocado. Jesus era um homem que muitas vezes usava apenas o toque, depois as palavras. Jesus curou a sogra de Pedro com um simples toque; Ele também mostrou o seu amor incondicional, depois de momentos de muita dor no Getsêmani, curando com um toque a orelha ferida do soldado.

Portanto, o toque na pele faz a diferença entre uma vida com bons relacionamentos e uma vida de isolamento e depressão. A pele desempenha um papel certamente decisivo na saúde e na vida psicológica das pessoas e, às vezes, na recuperação de doentes desenganados, existem relatos de pessoas que saíram do estado de coma pela estimulação amorosa e prolongada. Em síntese vamos nos permitir, tocar e ser tocados, toque quem você quer tocar, toque quem precisa tocar toque até quem não merece ser tocado. Toque sem medo (sem muros) em você deixe de ser uma propriedade privada e participe da interferência coletiva do amor.

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