1 OUTRO OLHAR

Seja bem vindo ao meu espaço democrático onde não há censura, aqui não quero criar ideologias e nem doutrinas de vida e sim, expressar a minha opinião sobre aquilo que me causa inquietação. Pode ser que o meu OUTRO OLHAR não esteja na mesma direção do seu, isso não me incomoda, pelo contrário prova que cada um é pautado nas suas experiências e têm sua forma de pensar e analisar.

terça-feira, 29 de março de 2011

OS "HERÓIS" DA DESONRA NACIONAL.


A Rede Globo de Televisão que prega nos quatro cantos do planeta que é padrão de qualidade mente ao exibir em sua vasta programação um Programa tão desqualificado e desrespeitoso a família brasileira como o BBB11. Infelizmente milhões de pessoas entregam totalmente o seu olhar a telinha, como que tivesse hipnotizado, onde o tempo parece não passar. Luís Fernando Veríssimo foi extremamente autentico ao dizer: Perdoem-me os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima primeira edição do BBB (foi longe demais) foi uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência. Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo.

O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros e a fins todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial . Não tenho nada contra gays, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE. Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido”. Não sei se foi divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados. Heróis são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia. Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. E aí vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, fala sério!!! Veja o que está por de trá$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade. Um abismo chama outro abismo. Nossa televisão aberta investe nas obviedades, reforça o culto ao belo, promove a estética grotesca e o assistencialismo rasteiro. A Globo produziu pela 11ª vez o programa que sustenta sua receita, através da alienação atrofiando a mente do brasileiro. Refiro-me ao brasileiro. Que está em formação e precisa evoluir através da educação, mas se torna um refém, iletrado, ‘zé-ninguém. Um escravo da ilusão. Esse programa da Globo vem nos mostrar sem engano que tudo que ali ocorre parece um zoológico humano onde impera a esperteza a malandragem, a baixeza: Um cenário sub-humano. A moral e a inteligência não são mais valorizadas. Os “heróis” da desonra Nacional protagonizam um mundo de palhaçadas sem critério e sem ética em que vaidade e estética são muito mais que louvadas. Um mar de vulgaridade. É um programa deprimente sem nenhum objetivo coletivo. Terminou o maior espetáculo brasileiro da "vida real", a principal fábrica de celebridades instantâneas do país.



***Texto de Luís Fernando Veríssimo, Jerry del' Marh e Antonio Barreto (cordelista).

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