1 OUTRO OLHAR

Seja bem vindo ao meu espaço democrático onde não há censura, aqui não quero criar ideologias e nem doutrinas de vida e sim, expressar a minha opinião sobre aquilo que me causa inquietação. Pode ser que o meu OUTRO OLHAR não esteja na mesma direção do seu, isso não me incomoda, pelo contrário prova que cada um é pautado nas suas experiências e têm sua forma de pensar e analisar.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A EXCLUSÃO DOS SEM TELA


Cerca de 10% da população brasileira acima de 15 anos é analfabeta funcional. Agora além desta problemática histórica surge outra classe de analfabetos o das linguagens digital. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 79% dos municípios brasileiros não tem acesso a Internet de alta velocidade, tecnologia que garante acesso ao mundo. A história do avanço tecnológico sempre deixou uma parcela da população as margens do conhecimento, foi assim em todas as Revoluções Industriais que tivemos ao longo, agora na contemporaneidade não é diferente, vivemos a Revolução Digital que mantém na sua origem, o veto ao conhecimento digital ampliando sistematicamente a exclusão social.


A Exclusão digital é a nova roupagem da exclusão social uma vez que diversas comunidades estão fora dessa nova era estabelecendo a diferença do conhecimento dos que estão conectados e os desconectados. A Exclusão Digital é a definição que se tem nos campos teóricos da comunicação, sociologia, tecnologia da informação, História e outras humanidades, que diz respeito às extensas camadas das sociedades que ficaram à margem do fenômeno da sociedade da informação e da expansão das redes digitais. Ela atinge em cheio as classes C e D com raras exceções onde a falta do poder de compra impossibilita a uso de computadores, internet, celular etc. A falta de acesso a esta plataforma não limita-se apenas ao não conhecimento de hardwares e softwares, estende-se às televisões, rádios e todos os outros meios de comunicação que funcionam de maneira evolutiva já que as principais atividades que regem a economia, a educação, a saúde, o trabalho, as atividades governamentais etc., estão na rede, não é um fenômeno que passar e uma situação que veio pra ficar. Esta verdade leva a crer que uma pessoa que não tem acesso às tecnologias de comunicação, não está compatível com a velocidade das informações mundiais.

Segundo o Mapa da Exclusão Digital, que analisou os dados do Censo 2000 a relação entre exclusão digital e pobreza é uma realidade mundial e o nível de escolaridade é ponto de importância não só na geração de renda, mas também no nível de inclusão digital dos estados brasileiros: os cinco mais incluídos são o Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná, e os cinco mais excluídos são o Maranhão, Piauí, Tocantins, Acre e Alagoas. A melhora da Inclusão Digital está ocorrendo vagarosamente. Uma pesquisa de 2005 do IBGE divulgou que 79% dos brasileiros nunca acessaram a Internet. Apenas 21% (32,1 milhões) entrou pelo menos uma vez na Internet. O acesso à internet em centros pagos (lan houses) está associado ao aumento do uso da rede mundial de computadores no país em 75,3% nos últimos três anos, de acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), o levantamento sobre o acesso à internet revelou que, entre 2005 e 2008, os centros públicos foram o segundo lugar mais freqüente de uso, atrás dos domicílios e à frente do local de trabalho, superado neste levantamento. Para os pesquisadores, o uso de centros públicos pode estar associado ao perfil socioeconômico dos novos usuários da internet que entre 2005 e 2008, que passaram de 20,9% para 34,8% e estão entre as classes de renda e de escolaridade mais baixas.


Ter acesso à tecnologia e abrir as portas do mundo da informação é o passo inicial para combater a exclusão digital. O Governo Federal esta dando um passo muito importante fazendo o Plano Nacional de Banda Larga e tentando criar uma rede para ligar todos os municípios do País. Atitude que desagrada às operadoras privadas de telefonia porque não há interesse em vender nada para as áreas pobres e nem para os municípios pequenos, pois o poder aquisitivo foge dos requisitos do capitalismo. As operadoras querem que o Governo pague para que elas façam o serviço e ainda cobrariam o que elas cobram hoje. O governo sabe que a banda larga continua com o preço alto o que não vai adiantar levar infraestrutura e o objetivo governamental e usar a rede para diminuir a pobreza e não para mantê-la. É um passo indispensável, mas pequeno. A grande questão é: como romper ou minorar a pobreza a partir das novas tecnologias? As proposta do Plano Nacional de Banda Larga são encantadores objetiva até 2014 massificar a oferta de banda larga e promover o crescimento da capacidade da infraestrututa de telecomunicações do País.


Fontes:
http://www.webartigos.com/articles/414/1/Exclusao-Digital-X-Desigualdade-Social-Brasil-Mostra-Sua-Cara/pagina1.html#ixzz1807L4JS7
Jornal Folha Universal - Entrevista “10 perguntas para Sérgio Amadeu”
http://www.mc.gov.br/plano-nacional-para-banda-larga



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